terça-feira, 23 de agosto de 2011

Day 9 - Crow Creek Mine - Whittier - Cordova


Acordar no parque de estacionamento do próximo ponto a visitar pode nao ser o mais agradável, mas é, decididamente, rápido. Para varia, nao haviam duches, pelo que teríamos que esperar até ao fim do dia para tomarmos um duche em Cordova. Esta viagem serviu para poupar a nossa pele à inclemência do duche diário e rambém para descobrir que os toalhetes para bébés sao um bom acessório para ir acampar e quase equivalente a um banho. Se é bom para o rabinho de um bébé tem que ser bom para mim nao? :)

A mina de Crow Creek está localizada na riveira de Crow. Há umas décadas atrás foi descoberto aqui ouro e, entre esse ponto e o dia em que se chegou à conclusao que já nao era rentável a exploraçao de ouro, depois de baixar o nível do rio para retirar os sedimentos auríferos várias dezenas de metros, e o dia de hoje, muitos milhoes de dólares foram daqui retirados. Nos nossos dia a exploraçao comercial de ouro já nao é rentável, embora continue a haver ouro. E que melhor chamariz para os turistas? Mesmo nao indo procurar ouro, vale a pena uma curta viagem à mina. Os edifícios antigos mantêm-se de pé, com muitos artefactos históricos. Caminhar entre eles é como uma pequena liçao de história, sobre a cobiça humana, sobre a história do alaska...






Um comentário simpático para Indiana...




Já com as pás, balde e a indispensável bateia, metemos pés a caminho e descemos até ao ribeiro. Juntamente com o equipamento foi-nos dado um saquinho com terra na qual haviam alguns flocos de ouro. Se nao encontrássemos ouro no rio, pelo menos poderíamos guardar algum (posso dizer que 3/8 do meu ouro foi verdadeiramente encontrado no rio :) )



E o que brilha às 9h??

Alguns dos flocos de ouro que encontrei...

Por volta da hora de almoço, já satisfeitos com a prospecçao, fizémo-nos à estrada em direcçao a Whittier, onde iríamos apanhar o ferry. Antes de chegar à estrada de turnagain arm, uma paragem numa loja de velas. Estas velas, sim, tinham algo de especial, eram feitas com gordura de foca. Estas focas sao caçadas pelos indígenas, que vendem a gordura a esta pequena loja (mais pequena que o meu apartamento), onde é transformada em cera e em velas, com motivos do alasca. Comprei umas quantas, para mim e como recordaçao, e posso dizer que fiquei contente :)




Deixávamos a estrada de turnagain e dirigimo-nos para Whittier. Para lá chegar há que percorrer um túnel de perto de 2 milhas na montanha, para chegar ao outro lado. Este túnel só tem uma faixa, que partilha o comboio e os dois sentidos do trânsito. Whittier tem uma história engraçada: foi fundado na segunda guerra mundial, quando os japoneses invadiram as ilhas aleutas. O governo americano deccidiu construir um porto num sítio inacessível por terra, impossível de detectar por ar, só alcançável por mar. E esse sítio... sim, acertaram, whittier. Estas características dizem muito quanto ao seu isolamento e quanto ao tempo que se pode encontrar lá...



Entrada do túnel


Whittier é como uma pequena porçao de terra entre o mar e rodeado de montanhas e glaciares. Pouco interessante. O mais curioso é um enorme edíficio onde até há uns quantos anos a grande maioria da populaçao inicialmente soldados, posteriormente civis) vivia: as torres Begich. Estacionado o carro, entrámos no ferry que demoraria perto de 3h até chegar a cordova, no outro lado do Prince Williams Sound. Entre montanhas, picos nevados, glaciares, alguns golfinhos e lontras, havia muito com que entreter a vista...

















Lontra








Cordova é uma cidade pequena, habitada maioritariamente por pescadores e onde existe uma grande indústria de processamento de salmao. Só se pode lá chegar de aviao ou de barco. Nao existe estrada e os habitantes recusam liminarmente a ideia da construçao de uma, que já foi proposta. A nossa intençao era ficar no parque de campismo da cidade, junto ao mar e mesmo ao lado da cidade. Quando a senhora que nos alugou o jipe nos lo entregou à saída do ferry, perguntei-lhe onde era o parque. Olhou para mim ligeiramente incrédula e disse-me onde era... nao pareceu muito convencida com a ideia. Disse-nos que lá fossemos ver e que se nao gostássemos havia outro, ao lado da estrada, a norte da cidade. Disse que se quiséssemos tinha um "bed and breakfast" e que nos podia alugar um quarto. Agradecemos e perguntámo-nos porque tinha agido assim.

A resposta viria em breve. O primeiro parque de campismo, descrito pelo guia como um parque sossegado onde haviam alguns residentes de longo termo,era comouma grande rotunda, onde à volta de agrupavam roulotes (com ar de lá estarem pelo menos desde que nasci) e no meio as casas de banho. O parque tinha um aspecto surreal. Algumas fogueiras entre a estrada e as roulotes, crianças a correr e a brincar e uma vista espectacular. Mas, era de certa forma assustador e decidimos ver o outro. Nao acredito que nos fosse passar algo de mal, mas a cidade é uma cidade muito rude, e nao estávamos preparados para aquele tipo de turismo. nao duvido que as pessoas fossem boas, mas... nao conseguimos lá ficar. O segundo parque de campismo, pior. Um parque de estacionamento ao lado da estrada. Umas vistas boas sim, mas apenas um parque de estacionamento. Num dos extremos uma casa de banho portátil, no outro, um aterro onde os locais iam deitar coisas para queimar. Chamámos a senhora...

Mais curioso ainda. Esta cidade (?) no final da estadia encantou-me, e, como diria, se tivesse um milhao de dolares investia-os todos lá. Quando chamámos atendeu-nos um vizinho, que nos disse que entrássemos no sítio, escolhessemos o quarto e que depois pagaríamos. Nao seria nesse dia mas apenas no dia seguinte que encontraríamos a dona. Chaves na porta, montes de confiança. O quarto, tenho que admitir, melhor que o pardieiro que parecia desde o exterior. Muito bem decorado, confortável e sobretudo com um bom chuveiro...

Depois de limpinhos e mais tranquilos, fomos jantar num bar de pescadores, o mais parecido a um restaurante de nível que se podia encontrar por lá. Mais uma boa surpresa... sobranceiro à marina, o sítio estava muito bem decorado e tinha uma impressionante esplanada. E a melhor surpresa... o halibut que comi. Posso dizer, sem qualquer sombra de dúvida, que foi o melhor que comi em toda a minha vida. Fabuloso, fantástico. Nao tenho nem palavras para descrever semelhante manjar dos deuses. E o preço... ainda melhor :)


Cordova, rua principal

Já jantados, fomos para casa descansar. No dia seguinte, e mais de dois anos depois, iria fazer algo que adoro: pescar!!!

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