sábado, 1 de agosto de 2009

Chicago

Este sábado, nova aventura. Decidi ir conhecer o meu terceiro estado dentro dos EUA: Illinois, mais propriamente a cidade de Chicago. A aventura começou cedo, digamos que a partir do aeroporto de South Bend, onde deveria ter estado no dia anterior... mas isso sao outras histórias. Desta vez nao fui sozinho, consegui convencer (?) a minha colega Hilary e lá fomos nós. Desta vez, o meu de transporte foi o comboio: demora apenas duas horas e meia (perto de uma hora mais que de carro), mas pára na downtown, onde se encontra aquilo que mais interessa. Acaba por sair também mais barato, pois existem portagens e estacionamento que pagar em Chicago, enquanto que aqui paguei apenas 1 dólar pelo estacionamento, mais o bilhete.


O comboio, normalíssimo. Mas nada mais chegar dei-me conta de uma coisa: enquanto conheço comboios em vários países, e durante várias horas, em portugal apenas andei de comboio. Nao deixa de ser curiosa esta disparidade. Lá foi ele, quase cheio, a boa velocidade enquanto as redondezas eram campos de cultivo e árvores. Infelizmente, nada mais chegar a Michigan City, tornou-se bastante mais lento e a paisagem gradualmente mais tenebrosa. Para além disso, deixávamos um dia lindo em Mishawaka e pouco a pouco o céu azul era substítuido por umas nuvens ameaçadoras, carregadas de água e prontas a deixá-la sobre nós.

Tenebroso. Uma palavra forte. Mas nada mais adequado áquilo que vi. Os subúrbios de chicago... gaanto-vos, nao se querem perder, nem andar por lá, de dia ou de noite. Mas já nao me importava de ver umas quantas pessoas perdidas por lá... tudo o que de mau lhes pudesse passar seria demasiado bom para estes... Aquilo que vemos nos filmes? Pior. Casas decrépitas, em péssimo estado, com a pintura a descascar ou nalguns lados mesmo sem algumas tábuas. Jardins que mais pareciam aterros, tal era a quantidade de porcaria que lá se encontrava, metálico, restos de obras, madeiras... enfim, uma selvajaria. Casas lado a lado, demasiado perto, para mim, sem uma arquitectura constante. Campos de basquetebol vandalizados, nos quais cresciam matagais de ervas daninhas. Grupos de aspecto duvidoso sentados nas entradas das casas, a beber e a fumar. Incluso um noctívago, que sem forças pra entrar em casa aterrou a poucos metros da porta. Isto, em plena luz do dia. Acho os nossos bairros sociais algo mais apetecíveis que estes bairros... Calumet City, Gary... bairros que cresceram demasiado rápido e desordenadamente, repletos de gente de baixo nível cultural e económico. E nao penso estar a ser demasiado duro... tivesse palavras melhores para descrever o que vi, o que senti... e a história seria outra.

Mas bem, lá chegámos a Chicago, fim da linha (literalmente), à estaçao Millenium, que dava directamente para o parque do mesmo nome. Saindo, subindo uma escadas... e voilá, ali estava eu, em pleno Chicago. Mas bem, que representa Chicago nos EUA? É apenas a terceira maior cidade dos EUA e uma das mais importantes economica e culturalmente a nível global. É também donde saiu o "meu" acual presidente, Obama. Localiza-se na margem oriental do lago Michigan e é atravessada por um rio cujo nome nao me recordo.

Primeiro impacto... impressionante. Edifícios enormes, olhasse para onde olhasse (dizem que é o berço de nascimento dos arranha céus). De certa forma uma cidade tao parecida às nossas, mas ao mesmo tempo tao diferente... É difícil acha palavras que a descrevam, excepto que é decididamente um sítio ao qual quero voltar e ao qual já deveria ter ido há muito. O plano de acçao era perdermo-nos pela cidade, andar pelas suas ruas e pela marginal, incluso subir a uma das suas torres e ver a vista. Infelizmente o tempo nao ajudou, estava nublado, chuviscava e fazia vento (por algo lhe chamam a cidade ventosa).



À saída da estaçao

O passeio ao longo da margem levou-nos até ao molhe naval, onde uma alma iluminada construiu um parque de diversoes. Roda gigante, carrósseis, restaurantes, luzes e sons para adultos e crianças... Impossível nao se passar um bom tempo ali. Já antes tinha-mos passado pela marina, onde os barcos mais modestos custariam mais que o meu salário anual. Descobri também que ter um bom barco, significa conseguir ter umas belezas americanas no seu interior... vi dois barcos bem impressionantes (caros), onde qualquer uma das raparigas poderia ser portada de revista...


Vista do molhe naval

Sim, estes becos existem... e há-os mais tenebrosos. Imaginem de noite...



Auditório de centro de espectáculos


Edifício do Chicago Tribune





Estátua no molhe naval



Vista desde o molhe naval


Vista desde a avenida marítima







Demos mais umas voltas, fiquei mais umas vezes de boca aberta com alguns edifícios e dirigimo-nos para o Millenium Park. Antes, paragem para almoço num café italiano, onde consegui comer o primeiro pao decente em 4 meses (como voa o tempo... restam-me uns 20 meses por aqui). O parque... impressionante. Localizado entre uma das principais avenidas de Chicago e o lago, ocupa uma imensa área que vale uma fortuna. Ainda assim, preferiram lá construir o parque. Bem arranjado, cheio de flores, estátuas, fontes... vale mesmo a pena, embora, como se costuma dizer, parques há muitos.



Vista desde Lurie Gardens, Millenium Park



Jay Pritzker Pavillion, de Frank Gehry, Millenium Park


Cloud Gate de Anish Kapoor, Millenium Park


Chegando ao fim do dia, hora de voltar para casa. Contente por ter conhecido mais uma cidade, triste por ter apanhado um dia tao mau. Mas voltarei, afinal, está aqui ao lado. Haverá que ver os fabulosos museus, subir e almoçar numa das torres, ir a um bar de Jazz ou de Blues...

2 comentários:

  1. UAU... Que bom, saber que te andas a divertir! Tenho saudades tuas, migo... Lembrei-me de levar o Luís àquela praiinha lá em Sesimbra, lembras-te? Onde, para posar armada em estrela, me espalhei ao comprido (lembras-te agora)? Já nem sei onde fica... Bjo grande para ti. Vanda

    ResponderEliminar
  2. Nada mais chegar?!
    Só seria possível aceitar a frase se fosse correctamente escrita: nada más llegar...

    Sempre viveste em Espanha uns anos, não foi?... A língua materna perdoa-te. Talvez.

    Beijinhos, diverte-te por aí

    ResponderEliminar