Tomado o pequeno almoço, e enviado o primeiro postal, era hora de nos metermos ao caminho. A noite tinha sido bem passada, o cansaço era bastante e tinha tido a oportunidade de estrear o meu colchao de ar: se tenho capacidade para dormir uns dias no chao, apenas com o saco cama de por meio, duas semanas tenho a certeza que iriam deixar muitas mazelas. Assim, decidi fazer um pequeno, mas decididamente correcto, investimento.
Estava um dia bonito, solarengo quando começámos a conduzir. À medida que nos aproximávamos de Cody, a última grande (?) cidade antes de chegarmos ao parque de Yellowstone, começava-se a notar um trânsito algo mais intenso, sobretudo com muitas mais caravanas e motards. A paisagem também mudava gradualmente, de planícies secas e aborrecidas, para alguma elevaçao, com montanhas ainda com vestígios da neve do passado inverno ao fundo. Era nessa direcçao que nos movíamos, e era bem perto que acabaríamos por ficar. Mudava também a elevaçao a que estávamos: se até entao tinhamos estado à volta de 1400m acima do nível do mar, nesta altura começávamos um período de vários dias sempre acima dos 2300m, frequentemente perto dos 3000m.
Estava um dia bonito, solarengo quando começámos a conduzir. À medida que nos aproximávamos de Cody, a última grande (?) cidade antes de chegarmos ao parque de Yellowstone, começava-se a notar um trânsito algo mais intenso, sobretudo com muitas mais caravanas e motards. A paisagem também mudava gradualmente, de planícies secas e aborrecidas, para alguma elevaçao, com montanhas ainda com vestígios da neve do passado inverno ao fundo. Era nessa direcçao que nos movíamos, e era bem perto que acabaríamos por ficar. Mudava também a elevaçao a que estávamos: se até entao tinhamos estado à volta de 1400m acima do nível do mar, nesta altura começávamos um período de vários dias sempre acima dos 2300m, frequentemente perto dos 3000m.
Cody é uma cidade nomeada depois de William Frederick Cody, também conhecido por Buffallo Bill, um dos fundadores da mesma. É-lhe ainda dedicado um museu, em que se mostra o assassino de índios e búfalos, ups, o grande herói americano que foi. É ainda conhecida como a capital de rodeios do mundo, exemplo da cultura cowboy que aqui se vive, e que faz parte intrínseca da área.
Passada Cody, e atravessado um túnel na montanha, que nos levou de um terreno algo irregular para um vale rodeado de montanhas, que nos levaria até à entrada do parque. Ao longo do vale, montanhas de um e outro lado, e ocasionalmente acompanhávamos também um dos muitos rios que se podem encontrar na regiao. Uma regiao ainda bastante árida, seca, em que a grande maioria da vegetaçao se concentrava perto da água. Aqui e além, ranchos ou pequenos hóteis familiares, que fornecem dormida a quem nao consegue alojamento dentro do parque ou gente na mesma situaçao que nós na noite anterior.
A placa, a placa!! Estávamos mesmo à entrada do parque, era hora de fazer a fotografia da praxe junto da placa, à semelhança do que já tinha feito e se viria a tornar uma rotina (e nao, nao sou louco, pelo menos demasiado, havia mais uns quantos imitadores a fazer o mesmo). Uma vez feita a entrada, a estrada levou-nos rumo ao lago Yellowstone. Mais uma vez, subimos. Mas desta vez, e talvez pela proximidade do lago, existia vegetaçao e sentia-se estar num sítio completamente diferente do de há alguns quilómetros atrás. Pelo caminho, ainda vimos, mesmo ao lado da estrada, alguma neve residual. Em yellowstone, viríamos a sentir na pele, existem grandes amplitudes térmicas, que de certa forma evitam que toda a neve se derreta. A primeira paragem seria o centro de visitantes em Fishing Bridge, para recolher alguns mapas e pedir informaçoes sobre alguns dos trilhos que queríamos fazer. Para lá chegar, teríamos que continuar a conduzir ao longo do lago. Nalguns pontos, pudemos ver fumarolas na margem do lado, com um cheiro bastante característico. Ainda pelo caminho, ainda alguns bisontes, olhando pachorrentamente os humanos que invadiam o seu espaço.
Recolhidos os mapas e pedidas as informaçoes (por certo, os Rangers que se encontram nos parques sao pessoas bastante afáveis e profissionais, sempre dispostas a ajudar e a esclarecer qualquer dúvida; penso que alguns dos nossos funcionários públicos deviam vir cá fazer um estágio... ou pelo menos assistir-se a mudanças na lei que permitam o despedimento por se ser mau profissional...), dirigimo-nos para o trilho alvo, conhecido por ser dos melhores para se observarem ursos, quer ursos pardos, quer ursos grizzly. Avisaram-nos que sendo só dois nao era seguro irmos sozinhos e que nos deveríamos juntar a um grupo que aparecesse, para aumentar a segurança. Chegando ao início do trilho, encontrámos uma simpática família oriental, à qual nos colámos e que acompanhámos durante o trilho.
O trilho foi feito num trajecto relativamente plano, nao demasiado cansativo ou exigente com o corpo. Ainda assim, embora nao o tenhamos completado, calculo termos feito perto de 5-6 km, ida e volta. Levou-nos pelo meio de uma floresta, por uma zona de incêndios e ainda por uma outra zona que nao percebi, mas que parecia ter sido atingida por um meteorito gigante, tal o estado de devastaçao observado.
Feito o trilho, o resultado final foi um número total de 0 avistamentos de ursos. O maior contacto com animais que tive foi com umas pestes aladas que se empenharam em sugar-me todo o sangue; ao fim do dia contei mais de 16 picaduras de mosquito, a maioria das quais feitas em áreas cobertas por roupa. Eram muitos, dava-lhes igual o protector com o qual me tinha besuntado e pareciam loucos à minha volta. Ao longo desta viagem dei-me conta do fascínio que exerço sobre os mosquitos fêmeas, devo ser extremamente doce tal o fascínio que exercia sobre elas... Tivemos ainda direito a uma chuvada e granizada... sim, granizo em pleno verao e com perto de 30ºC... apenas uma das surpresas que o parque nos reservava!
Tendo em conta que tudo isto foi feito ainda antes de almoço, o plano para o restante dia era ir em direcçao norte, até à área de canyon. O primeiro ponto de paragem seria em Fishing Bridge, que recebe o nome pela ponte que une as duas margens. Notabilizou-se por estar estrategicamente colocada num rio de águas límpidas que fervilha com trutas; mais, extremamente perto situa-se uma importante área de desova. Há uns anos, e para evitar a extinçao da espécie nestas águas, pois o número de efectivos diminuía rapidamente, a pesca foi proibida.
Tendo em conta que tudo isto foi feito ainda antes de almoço, o plano para o restante dia era ir em direcçao norte, até à área de canyon. O primeiro ponto de paragem seria em Fishing Bridge, que recebe o nome pela ponte que une as duas margens. Notabilizou-se por estar estrategicamente colocada num rio de águas límpidas que fervilha com trutas; mais, extremamente perto situa-se uma importante área de desova. Há uns anos, e para evitar a extinçao da espécie nestas águas, pois o número de efectivos diminuía rapidamente, a pesca foi proibida.
A estrada para norte passava, na maioria do seu trajecto, ao longo da margem oeste de um rio. Uma vista deveras bonita. Numa das paragens, ao lado duns rápidos, encontrámos um simpático pelicano, que pelos vistos é uma ave bastante comum no parque. Ao longo dos dias que lá passei, apenas vi um pelicano, e sempre no mesmo sítio. Seria o mesmo ou seria outra ave?
Mud vulcano, ou vulcao de lama. Uma das áreas mais conhecidas do parque, na qual se encontram fumarolas, géiseres, nascentes de água ou lama a ferver. O cheiro é forte, onde quer que se olhe vê-se vapor e mais vapor. Um local que nao convida à vida, mas que alguns animais, como bisontes, escolheram para ir passar algum tempo. Assim como nós, que decidimos ir fazer o trilho que nos permitiria ver algumas das pequenas maravilhas do parque.
A paragem seguinte seriam Upper Falls e Lower Falls, duas grandes quedas de água ao longo do rio. Com vários trilhos para ser feitos, fizemos a grande maioria deles: ao longo do rio, até ao topo de ambas as quedas de água e ainda até vários pontos de observaçao. Caminhar, caminhámos muito. Num dos trilhos, Uncle Tom's Trail, subimos e descemos ainda um imenso número de escadas ao longo duma das paredes do desfiladeiro, numa descida imprópria para gente que sofre de vertigens como eu. Mas as vistas, o facto de se poder estar naquele sítio, fazem esquecer as vertigens e continuar a andar. Vimos ainda um urso pardo, numa situaçao que, confesso, me fez temer pela vida de algumas pessoas. Na ânsia de fazer uma fotografia, uma grande multidao começou a rodear a zona onde o urso se tinha escondido; para trás, uma descida, pela frente e lados, uma multidao irresponsável que gritava e ia avançando pouco a pouco, em forma de meia lua, encurralando o animal. Quando ele se fartou e começou a correr, obviamente tinha pessoas pela frente; felizmente, foram rápidas para se afastar, caso contrário provavelmente teriam havido feridos.
O dia acabava e o cansaço começava a dar mostras de estar conosco. O nosso parque de campismo, em Grant Village, encontrava-se 50 km a Sul. Para lá nos dirigimos, ao longo de rios, ao longo do lago, podendo observar mais algumas das vistas e vida selvagem que o parque nos oferecia.