domingo, 28 de março de 2010

Museu de Arte - Chicago

Num dos fins de semana que fui passar a Chicago, fui ver o Museu de Arte. Segundo os entendidos está ao nível daquele que se encontra em Nova Iorque e é um dos bons museus deste nosso mundo. Assim, bem cedo, decidimos ir até ao museu. Contávamos passar apenas algumas horas... como estávamos enganados!

A primeira paragem dentro do museu foi uma colecçao de miniaturas. Literalmente, imaginem-vos a olhar para um quadro, rodeado de uma linda e antiga moldura, mas em vez de ver algo em duas dimensoes, vêm a três. E foi isso que vimos. Tenham em conta que aquilo que vêm encontra-se dentro de uma caixa com nao mais de 30 cm de alto, 5 de largura e profundidade. É difícil imaginar através das fotos, sem uma escala apropriada, mas posso-vos assegurar, sao verdadeiras obras de arte e uma ode à paciência e minuciosidade. Num total, penso que eram perto de 100 (!) "quadros".




O museu em si é enorme. Tem uma série infindável de colecçoes diferentes, desde arte egípcia, grega, muçulmana, africana, oriental, moderna... o certo é que aquelas colecçoes que têm origem quer na europa, áfrica ou ásia nao me cativaram demasiado. Temos muitos e bons museus quer em Portugal quer nos restantes países que cobrem directamente essas temáticas e, de certo modo, satura vê-las na grande maioria dos museus a que se vai.

Uma das secçoes que apreciei particularmente foi a dedicada aos Índios Americanos. Se bem que nao seja a melhor colecçao em terras americanas, permitiu ver quem eles sao. Aquela imagem que nos é vendida como um povo pouco evoluído, mais interessado em tirar os escalpe aos pobres colonos brancos aos quais "cederam de livre vontade" o seu território, é, para mim, totalmente errada. É certo que dos fracos nao reza a história, e que a grande maioria das tribos foi vencida e exterminada. Mas os pormenores da sua arte, os seus intrumentos nao podem de forma alguma ser de um povo bárbaro. Poderiam ser mais fracos, é certo, ter uma ideia diferente do mundo. Nao criaram uma grande civilizaçao, nao fizeram grandes cidades, cultural e científicamente pouco ou nada deram ao actual mundo moderno. Mas... o respeito que por eles tinha foi redobrado.



A foto seguinte é de uma peça pertencente a índios centro-sul americanos. Nao passa de um mero pote, mas as semelhanças com Stewie, da série de desenhos animados Family Guy nao deixa de ser evidente :)



Pormenor de uma fechadura

Pouco a pouco, secçao após secçao, chegámos àquela que, quanto a mim, é sem dúvida a melhor parte do museu. Mesmo eu, alguém cujo conhecimento de arte é pouco ou nenhum, reconheci a grande maioria dos quadros aqui expostos. Quadros de pintores que marcaram (e marcam) épocas. Deixo-vos umas quantas fotos de alguns dos quadros que vi.













Resumindo, este é um museu que vale, sem dúvida alguma, a pena ver. É um museu que nao se pode visitar na sua totalidade num dia. É um museu para se visitar pouco a pouco, secçao a secçao. Gostaria de lá voltar. Talvez numa próxima viagem. Mas considero que culturalmente, esta foi das experiências mais fantásticas que tive.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Warren Dunes State Park - lago congelado

Tarde, mas aqui vao as fotos do lago congelado. Quase no final de Janeiro, num sábado, depois de vir ao laboratório terminar umas coisas, decidi ir "espairecer" até ao lago. Se em Portugal quando o fazia fugia até ao mar, aqui, torna-se algo difícil, para nao dizer impossível. Assim que, o lago acaba por s tornar um ponto de refúgio e relaxamento. A verdade é que quando vim nao fazia planos de ir até ao lago, mas como sou ligeiramente dado a loucuras de última hora, decidi ir até lá. Parei em casa do Piero, que nao me esperava e em cinco minutos tinha-o comigo no carro.

A viagem foi feita devagar. Embora nao nevasse, havia neve na estrada e, embora já tivesse algum tempo de conduçao em neve, nao me sinto ainda à vontade para maluquices. É que quando um carro perde aderência, normalmente só pára ou quando cai na vala, ou quando atinge algum objecto... o dia tao pouco estava demasiado bonito. Cinzento, com alguma que outra breve aberta, na qual se conseguia ver o céu. Embora a viagem até às dunas possa ser feita por vias rápidas, aquela a quem chamo a minha "namorada electrónica" (GPS) costuma levar-me por caminhos cénicos. Obviamente que nao me importo, quando tenho tempo. Assim, passámos por meio de campos de cultivo (é uma zona basicamente agrícola), onde o branco era a cor dominante. As paisagens lindas, muito pacatas e bucólicas.

Chegados ao parque, senti-me levemente perdido. Conheço bem as dunas de lá ter estado umas quantas vezes, mas essencialmente no verao e outono. Onde vejo o lago e é tudo "dourado". Desta vez, o branco dominava. Entre o lago e a praia, erguia-se uma muralha de gelo (difícil dizer onde começava um e acabava o outro). Armados em valentes (viemos a descobrir depois que fizemos asneira da grande) lá subimos a muralha e chegámos ao lago. Ao lago, ou melhor dito, à enorme pista de patinagem no gelo. A paisagem, simplesmente fenomenal. Nunca, mas nunca imaginei vir a ver uma paisagem destas. Lembrou-me, de certo modo, daqueles documentários filmados no Alasca ou Islândia.








Depois de feitas as fotos na beira do lago, decidimos ir dar uma volta. Caminhar ao longo da praia (?) e subir à duna maior. Isto, claro está, sem deixar de fazer fotos. Cada passo que dávamos, com cada olhar, era uma sensaçao indescritível. As fotos, é certo, nao fazem jus à verdadeira beleza do local. É difícil exprimir, mesmo com palavras, a quantidade avassaladora de sentimentos que apareciam.









No caminho de volta, vimos gente a pescar no lago. Um desporto que gostava de experimentar, mas que infelizmente nao experimentei. Pescar no lago... à primeira vista parece uma coisa banal. Nunca pesquei em lagos, a minha experiência em pesca de água doce resume-se a algumas barragens nas canárias. Mas nao é o facto de pescar no lago que mais me seduz, senao o facto de pescar sobre o lago. Tendo em conta as gélidas temperaturas que se faziam sentir, a superfície do lago estava congelada, com uns 20 cm de gelo. Pela primeira vez caminhei sobre água :) os primeiros passo foram hesitantes, nunca o tínhamos feito e o medo de que o gelo se partisse e déssemos um daqueles mergulhos que ninguém quer dar, foram os responsáveis. Vendo-nos tao fora de contexto, uns pescadores, que voltava, tranquilizaram-nos e disseram-nos que nao tivéssemos medo, que nunca se iria partir. Uma vez tranquilizados, lá caminhámos mais a gosto. O gelo, encontrava-se aqui e além ponteado com furos, uns mais recentes que os outros. E sobre o gelo, inúmeros pescadores, com toda a parafernália de instrumentos que podem ver nas fotos. Achei especialmente interessante a "broca" manual que se tem que levar. Pelos vistos esta é uma pesca divertida, pois os peixes estao esfomeados e atiram-se facilmente aos iscos. Enquanto lá estávamos, vimos sair 2-3 peixes, pequenos é certo, mas ainda assim peixes!



Ao final do dia, dirigimo-nos de novo para Notre Dame. Foi um dia muito bem passado, com uma série de experiências novas. Mais uma em terras americanas...

segunda-feira, 1 de março de 2010

Hooters night

Há bares e bares, formas e formas de cativar a clientela. Aqui nos Estados Unidos há uma cadeia de bares muito famosa. Nao pela qualidade da comida nem pelos preços praticados, mas sim pelas empregadas. E essa cadeia chama-se nem mais nem menos que Hooters. Para fazer um jantar de despedida de um dos pós doutorados que se ia embora, o local decidido foi esse bar. Creio que a grande maioria de nós, pelo menos os nao nativos, ia curiosa, pois a fama é grande e, verdade seja dita, os anúncios na televisao eram bastante sugerentes. Uma vez lá chegados.... surpresa. Era uma noite especial, assim que em vez dos curtos calçoes e ajustado top, fomos brindados com empregadas em camisa e... boxers!

Realmente o restaurante, como local para ir comer, nao era grande coisa. Nao era barato (tao pouco caro) e a comida perfeitamente normal. É certo que as vistas até eram interessantes (embora me tenham dito que em cidades grandes sao verdadeiramente interessantes). Valeu pela experiência e por me ter metido um pouco mais na cultura americana. Nao será para repetir certamente...







Holland, MI

Depois de um bom pequeno almoço, dirigimo-nos a Holland, uma pequena cidade nas margens do Lago Michigan e de um canal. Pelos vistos foi uma zona colonizada por um grande número de colonos holandeses, havendo perto outras cidades com nomes idênticos a cidades na Holanda. Esta é uma cidade tida como a segunda melhor para viver nos EUA, e depressa viríamos a descobrir o porquê.

Depois de uma paragem estratégica no posto de turismo, fomos até à "Dutch Village", uma cópia de uma típica cidade Holandesa. Com um canal, casas pequeninas e até um moinho, num a área rural bastante grande, era um sítio pacato mas bastante agradável.



Depois de explorada a pequena Dutch Village, decidimos ir até ao lago, onde sabíamos haver um farol vermelho bastante bonito. Acho piada aos faróis daqui, pois se os nossos fossem como os deles, na primeira maré viva iriam parar a Marrocos :) (estou a ser injusto, estes sao faróis de lago, mas mesmo assim, as comparaçoes sao inevitáveis...). Para chegar ao farol fizémos umas quantas milhas ao longo do lago. Umas casas como nunca tinha visto. Destilavam a luxo e a gente com muito, muito, mas mesmo muito dinheiro. Casas enormes, cujo jardim acabava... no lago! Houve ainda tempo para ver o "bom" gosto de algumas casas, como poderao ver nas fotografias mais abaixo... Depois deste passeio "deprimente", chegámos à marina. Se bem que o lago se encontrasse congelado, a vista era bonita. E alguns dos barcos que vi fora de água... uma vez mais, indicativos do tamanho da carteira desta gente. Chegados ao farol, foram feitas as fotografias da praxe, disfrutou-se do ar fresco e do céu azul e voltámos para casa. Afinal, o dia anterior tinha sido violento e segunda feira era dia de trabalho...









5th Winter Beer Festival at Grand Rapids, MI

Este fim de semana a curiosidade levou-nos cerca de duas horas a norte de South Bend, à cidade de Grand Rapids, em Michigan. Lá, celebrava-se o quinto festival de Cervejas de Inverno. Aqui nos Estados Unidos, cada marca lança cervejas mais adequadas para o Inverno ou Verao, para além de alguma ediçao especial. Este festival reuniu 35 microcervejarias de Michigan, num total aproximado de 200 cervejas diferentes, com cores, sabores e teores alcoólicos bastante distintos.


Sendo assim, lá nos dirigimos até ao festival. Tempo para uma paragem no hotel, para deixar as malas e o carro (malta responsável ein??), agarrar o táxi e dirigir-nos para o festival. A temperatura era agradável, ligeiramente acima dos 0ºC, num recinto ao ar livre e com alguma neve. Felizmente, o dia estava bonito, conseguiam-se ver algumas zonas de azul, com pouco ou nenhum vento e absolutamente nenhuma neve. Uma vez entrados, dirigimo-nos ao primeiro expositor para a primeira das (muitas) cervejas que viríamos a tomar. Depois da cerveja, tempo para ir comer algo. Tinhamos saído muito cedo de South Bend e já era meio dia. Sem mais que o pequeno almoço às 8 da manha, a fome começava a apertar. Para além dos típicos hambúrgueres e cachorros quentes, lá encontrei algo mais típico e decididamente muito mais saboroso: perna de perú fumada! Apesar de poder parecer estranho, lá me decidi a mais uma experiência em terras de tio Sam e devorei uma. A pele, muito semelhante à do nosso leitao. O interior, tenro e bastante saboroso. Com manjares destes, poderia mudar de opiniao relativamente à péssima cozinha norte-americana.



Feita a experiência gastronómica, tempo de voltar à cerveja, a principal razao da nossa viagem. Provámos muitas, desde as típicas loiras de 5-6% de álcool até às negras de mais de 10% de álcool. Das que provei, gostei de muito poucas e cheguei inclusivé a mandar algumas delas fora. Decididamente, há cervejas muito estranhas por aqui e estranha-me que alguém as consiga beber.


Cinco horas e vinte e quatro amostras de cerveja depois, acabou o festival. Tendo em conta o avançado estado do dia, a fome voltava a apertar. O destino seguinte, depois de lutar por outro táxi à saída do festival, foi o bar "Hopcat". Tínhamo-lo descoberto quando andávamos à procura de bilhetes e a dona tinha sido extremamente simpática connosco, mesmo sem nos conhecer de lado algum. Para além disso, foi-nos descrito por várias pessoas no recinto do festival como um dos, senao o, melhor bar da cidade. Chegados lá, compreendemos o porquê. Uma atmosfera deveras agradável, com um estilo antigo. Fez-me lembrar os cafés da antiga Lisboa... Para o jantar, "fish and fries", com algo que disseram ser bacalhau (algo que nao acredito muito, mas...). Algo que descobri aqui e bastante saboroso, sao batatas fritas com sal e pimenta negra. Pode parecer estranho, mas acreditem, merece a pena experimentar!



Depois do jantar, e decididos a testar a noite de Grand Rapids ao máximo, divagámos de bar em bar, bebendo e jogando bilhar. Finalmente, 14 horas depois da primeira cerveja, dirigimo-nos para o hotel. Tempo para dormir e destilar algum do álcool ingerido. De manha, uns com melhor cara que outros (pessoalmente acho que o menos mal era eu) fomos tomar o pequeno almoço. Fomos, alguns, porque houve quem com a ressaca nao conseguisse tocar em nada de comer.




E que melhor do que um daqueles pequenos almoços pesados para nos fazer sentir melhor? Salsichas, ovos, e algumas coisas mais e cinco minutos depois senti-me como uma nova pessoa. Depois do pequeno almoço, fomos até Holland, uma outra cidade perto do lago Michigan. Fotos e descriçao em post a ser colocado mais tarde.