quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Homem de neve

No processo de "americanizaçao", e dada a grande quantidade de neve presente, uma das actividades mais recentes nas quais tomei parte, foi a construçao de um boneco de neve. Sim, um boneco de neve (e nao, nao considero ser demasiado velho para esse tipo de brincadeira... bem, velho sim, falta-me é o juízo).

Nesse fim de semana tinhamos combinado fazer um jantar de colegas, comida italiana, cozinhada pelo mais recente membro do nosso laboratório (estamos a tentar tornar uma tradiçao, um jantar típico cozinhado pelos membros novos, mas nao temos tido muitos seguidores). Nao custou muito convencer as pessoas a aproveitar a tarde e fazer um boneco de neve. Afinal, todos, excepto a Hilary, éramos caloiros nestas andanças.

E no que dá neve e meia dúzia de pessoas loucas? Isso mesmo, uma batalha de bolas de neve. Claro que nao resistimos a fazer umas maldades uns aos outros...




Finda a batalha, tempo de começar com o trabalho artístico. A neves, estava muito seca (será que isso é possível??), nao sendo fácil moldá-la. Mas pouco a pouco, lá fomos conseguindo dar forma ao dito cujo.





Últimos retoques

No final, a maravilha que podem observar. Sem ser uma obra de arte, acabou por sair um boneco engraçado. Infelizmente nao durou muito; nos dias seguintes aqueceu um pouco e "perdeu" a cabeça... para pouco depois ser pouco mais que uma poça de água e alguns restos do que fora outrora um glorioso homem de neve.

A equipa ganhadora

¡¡¡Olá!!!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Os primeiros dias

Bem, e quando falei em tarefa hercúlea à minha espera, falava a sério. Depois de um imenso nevao que caiu na área, mais de uma semana de neve ininterrupta, já imaginam como nao estaria o meu carro? Ainda se conseguia ver metade do carro e também ajudou saber onde o tinha parado...

Antes de começar com a limpeza

Nao só havia neve por cima, senao também ao lado


As várias camadas de neve

Com metade do trabalho feito

Limpo o carro, o momento da verdade: pega ou nao pega? Felizmente estes carros parecem estar preparados para serem "bem tratados", pelo que começou a funcionar à primeira. Dez minutos a trabalhar, para aquecer um pouco, espalhar bem o óleo e derreter um pouco do gelo, e lá fui em direcçao à universidade. Embora pareça de loucos ir trabalhar depois de uma semana assim, chegar e seguir de imediato com a vida normal é sem dúvida a melhor maneira de combater o jet-lag. Provado, desde os EUA até à China :)

Chegado à Universidade tempo de rever amigos e colegas. Obviamente de manha pouco se fez, todos a falarmos das férias, a comer os doces que cada um tinha trazido dos sitios onde tinha estado... De tarde trabalhou-se um pouco e depois, tempo de compras, limpezas e de aproveitar as vistas. Apesar de frio, isto é muito bonito com neve. Ficam algumas fotos que fui fazendo e que o podem ilustram o que digo.

Eu e Piero, depois de escalar uma pilha de neve no estacionamento

Campus




À procura de bolotas enterradas... curiosamente, conseguem encontrá-las:)




Uma volta atribulada

Findas as (muito curtas) férias, lá se teve que voltar para a minha nova casa. Os sentimentos eram díspares. Se por um lado queria ficar, junto da família, amigos, no meu país, por outro a vontade de voltar ao trabalho, para aquilo que realmente gosto de fazer, era também grande. No final, lá se manteve a razao e acabei por voltar.

Nada mais chegar ao aeroporto, começaram os problemas. Fruto do grande tráfego na época natalícia e de um imbecil nigeriano (e também dos serviços secretos de certo e determinado país, que neste caso meteram água), os meus pais acabaram por nao poder passar para a sala de check-in. Nada que nunca tivesse acontecido, mas pronto. A fila para o check-in era imensa e avançava com uma lentidao exasperante. Para atenderem a meia dúzia de pessoas que tinha à frente, demoraram quase uma hora. Quando chego, compreendo o porquê: o meu aviao ia com 3 horas de atraso. tendo em conta que era o primeiro dos três que teria que apanhar, fiquei branco e furioso. Se as coisas corressem mal, provavelmente só passadas umas 30 horas conseguiria chegar ao meu destino. Lá me mudaram um dos voos, a ver se me dava tempo, mas o terceiro era impossível, dado que apenas sai ou de manha ou de noite. Enfim, como imaginam, às 10 da manha já o meu humor estava de rastos. Lá passo pelo controlo de bilhetes, controlo de bagagens e entro (finalmente) no aeroporto. Compro uns doces típicos de Portugal, para dar a provar aos colegas e vou para a sala de embarque. Aí, (re)começou o martírio. A bagagem de mao de cada passageiro era analisada manualmente e de forma individual, para além de nos "apalparem" e mandarem retirar os sapatos. Lá entrámos na sala de embarque e lá ficámos quase 3 horas, sem poder sair e alguns infelizes sem sequer terem onde se sentar. Estava toda a gente aborrecidíssima e, para ajudar à festa, um enorme grupo de criancinhas gritava e pulava ao longo da sala.

A primeira parte da viagem, enquanto no ar, foi relativamente decente. Tempo para ver 2 filmes e ainda falar com a minha companheira do lado, uma angolana radicada nos EUA e professora de português. Chegamos a Newark, controlo de segurança e toca a recolher a bagagem para meia dúzia de metros à frente a meter outra vez nos corredores. E, mais um controlo de segurança. (nesta altura já perdi a conta quantas vezes me viram o passaporte e as meias, cada vez mais encardidas de andar a pisar um chao que duvido tivesse sido limpo nos dias anteriores. Umas filas enormes, uma corrida e lá chego à sala de embarque. Uns 20 minutos de espera, mais uma nova "amizade" (que pena que nos tivessem sentado longe um do outro) e deixam-nos entrar no aviao. Completamente desconhecido para nós, as complicaçoes que se passavam no aeroporto, onde teria havido uma falha na segurança. Talvez a razao para nos terem parados dentro do aviao, sem qualquer explicaçao e já na pista perto de uma hora? De uma forma impiedosa os ponteiros do relógio avançavam e eu via-me a chegar a South Bend apenas na segunda feira de manha. Lá chegámos a Cleveland, com uma hora de atraso. Saída a correr em direcçao ao terminal. Na outra ponta do aeroporto... e acreditem, aquele aeroporto é grande! Lá chego ao terminal, afogueado. Teoricamente já deveria ter começado o embarque, mas aviao... nem vê-lo. A partida estava dentro de tempo, mas tal nao se afigurava muito possível. Bem, tempo para comprar algo de comida e bebida, pois com todas as corridas e atrasos, pouco tinha comido ao longo de todas estas horas. Finalmente lá chegou o aviao. Ainda bem, pensei eu, assim para além de chegar eu, chegam também as minhas malas :) mais uma boa notícia... tinha sido detectado um problema no aviao e tinham chamado a manutençao. Ir-nos-iam avisar no novo horário de partida quando teóricamente já deveríamos levar uns 15 minutos no ar. Esperamos e à hora prometida lá nos actualizam. Necessitavam mais meia hora... Aaaahhhhhhh!!!!!! Parecia um filme de loucos. Três avioes e três problemas. Só me faltava que o aviao caísse. Pois, porque como podem ver é enorme e o tempo soleado e límpido...


Pela primeira vez gostei que me mentissem. Ao fim de 10 minutos puseram-nos no aviao e lá partimos nós, nao sem antes pararmos no meio da pista para nos regarem com anticongelante, evitando assim a formaçao de gelo nas assas. Mais uma experiência engraçada... Uma hora de voo, muitas nuves e de vez em quando conseguia-se ver algum campo coberto de neve. Começou a descida e, quase 17 horas depois de chegar ao aeroporto de Lisboa, cheguei ao meu destino final. Frio, muita neve, tudo branco. Chegado a casa, tempo para me assustar com a tarefa hercúlea que me esperava no dia seguinte (15 dias de neve sobre o meu carro) e cama.